As quizilas, as réplicas e tréplicas inerentes ao pathos convivial — contraparte necessária ao pathos da distância constitutivo da linguagem da poesia — nos condenam a uma atitude de análise em que o importante é nos sentirmos implicados quer nos logros, quer nas pertinências que denunciamos.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

objeto in situ / mostra de eduardo frota





Planos que se destacam de uma remota invisibilidade, abandonados a um oblíquo exercício de interferência no opaco. Lâminas, gomos, gumes; jorro enviesado da transparência, em certos momentos invasiva, noutros em vôo tangente, cortando a madeira-carne, desbordando o limiar dos artifícios fixos, artifixos, lúbrica e lúdica.

A transparência em plaquete oblíqua quase vence a platitude da madeira, rumo ao chão.


Está-se dentro ou fora de um contorno sem centro, aberto, instaurado para fora, devotado ao vazio.

A lâmina prestes a varar o panteão ameaçador – passagem para orum? – inspira medo, suspense, submissa vigília; nossa cabeça mínima, ori-minimal: e os olhos, pequenos objetos de ver, se oprimem num pressentimento, o sobrevôo de uma vasta clave ausente: o homem é involucrado nessa indecisão arqui-tectônica, submetido a um delírio guilhotinesco. Coberto por um metro quadrado de acrílico, dúbio, que pode protegê-lo, expondo-o, ou decepa-lo.

Afinal, de onde vem a translucidez furtiva que sufoca nossa apreensão? Em que zona refratária se tocam esse objeto sem sítio e o corpo semovente?


Cândido Rolim

2 comentários:

  1. companheiros, vim conhecer a nova casa.
    vida longa ao SIGNAGEM.
    abrações,

    paulo de toledo

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  2. Uma ja nela para novas paisagens, novas linguagens e abordagens no mundo virtual-cultural
    a arte cresce e aparece
    e a gente agradece
    Tom Gil

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