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- As quizilas, as réplicas e tréplicas inerentes ao pathos convivial — contraparte necessária ao pathos da distância constitutivo da linguagem da poesia — nos condenam a uma atitude de análise em que o importante é nos sentirmos implicados quer nos logros, quer nas pertinências que denunciamos.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
um lugar para dançar (*)
Cândido Rolim
(*) imagens e textos partem de um comentário feito pelo poeta Eduardo Jorge, acerca de uma fotografia.
domingo, 14 de novembro de 2010
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
anacronia do drible
o jogo, as apostas, dão-se a meio caminho do que pode acontecer. o jogo, no fundo, nega a fruição do desfecho; sonega um derradeiro gesto. o melhor e mais eficaz contendor talvez seja aquele que ignora o desfecho, aquele que concentra toda sua energia numa tarefa situada entre a aposta e o resultado, que se realiza – se o acaso permitir, no entretempo, no interstício.
espera-se um resultado, mas não diviniza o triunfo em si (do contrário, permitir-se-ia desistir). “um bom drible vale mais que o gol”, diz o boleiro. o drible difere o êxito, podendo, no entanto, resultar em torná-lo mais notável, pela simples proximidade de um arranjo anárquico, súbito. exemplo: Garrincha, seu capricho gratuito, desmesurado, contraproducente às vezes. em visada a seu itinerário obsessivo em mínima faixa do campo, parece que segue o “caminho que não leva a lugar nenhum” (o Holzwege, de Heidegger), ou os seus “caminhos florestais”, lembrados por Hannah Arendt.
a agudeza irresponsável do drible desborda a tática, eviscera a parcimônia do projeto-disputa, quase como um elemento de fanfarronice. mas observando as performances de atletas ao longo da história – Mário Sérgio, Lionel Messi, Pelé, Zinedine Zidane - perguntas do tipo “Garricha jogaria hoje? Garrincha faria o que fez com o tipo de marcação atual?” pedem uma resposta reticente, mas sem grande margem para equívoco: provavelmente sim.
no entanto, o drible como um corte paratático, de meta só aparentemente identificável, que tem o gol como eventualidade, por não se sujeitar a um aperfeiçoamento programado e baseado em scouts - essa performance parece reeditável, em qualquer tempo.
e isso se deve, ao que tudo indica, porque o drible parece nascer de uma dobra anárquica do esforço, uma enteléquia infiltrada na evolução dos movimentos do atleta, quase esnobando da predestinação apolínea dos músculos. daí sua projeção instantânea surpreender o cálculo producente do defensor: é possível perceber que o habilidoso atacante deixou atrás de si destroços de um metódico e disciplinado (agora angustiado) projeto de contenção. afinal, parece que nada conseguiu abortar a fuga subversiva (álacre manobra entre 2 ou mais pontos), contrária a seu domínio.
Cândido Rolim
Em vídeo no Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=yvT6Br8A7Uodomingo, 7 de novembro de 2010
cinema catastrófico

no cinema de catástrofe, pelo menos em relação aos produtos mais conhecidas na indústria de Hollywood, a natureza das cenas, a platitude dos diálogos, tudo permanece fiel a um standard que não abala nem desarticula o horizonte de uma realidade excessivamente amena.
tem-se a idéia de que tudo sempre se aproxima de mais um rotineiro roteiro de filme de ação, em que se destaca a figura de um personagem absurdamente invulnerável, agora agitado aqui acolá por tremores de terra, meteoros, tempestades de areia ou seres devastadores, close de maquetes tombadas sob ondas fictícias de oceanos alterados, pessoas em rota de colisão com seu cotidiano, sob o encalço de automóveis desgovernados.
os personagens – notadamente a figura de um presidente ou um executivo que tem sempre as rédeas da situação – atravessam as cenas com tal indiferença e gracejo que esse realismo postiço acaba por dissolver as circunstâncias trágicas de fundo.
em resumo: nos filmes de catástrofe, esta não é seguramente a personagem principal. e, ainda, o drama, por mais terrível e incontrolável, ainda que leve a termo raças e espécies, nunca será bastante para livrar o espectador de um passeio inevitável por diálogos e situações bisonhas, melodramas e piadas tão inócuas quanto inadequadas para o pathos agonístico da trama.
Cândido Rolim
sábado, 30 de outubro de 2010
terça-feira, 28 de setembro de 2010
um delírio fake do prestígio
é comum, às margens do alto consumo, encontrarmos gestos a meio termo entre desdém obsessivo e escárnio em relação aos modelos postos em evidência, visto aqui como elementos indicadores de projeção (a grife).
a forma do objeto, quanto menos sua funcionalidade, é especularmente reproduzida, pirateada, reinventada a ponto de, paradoxalmente, sub-servir a um zelo fetichista de um design soberbo, cobiçável em si mesmo. simplório e opaco em suas funções essenciais, o objeto submete-se a um improviso jocoso, uma invenção ridente de si e do meio em que trafega anônimo, silencioso e invisível. ele é agora elevado à condição de produto fantasmático da marca.
de fato, um personalismo capenga, periférico, re-desenha os signos do éden socialmente cobiçável em sua lataria, onde se assentam os tipos da distinção corroída: fabulação do objeto-sonho de aquisição.
mas esse objeto, propositalmente desgarrado de sua forma útil/utilizável e investido graciosamente na ambígua função de homenagear e corroer graciosamente a rigidez sublime, quase sacra, da marca registrada, não já estaria antes dissolvido por uma saturação hipertrofiada do padrão, pela “abstração inacessível do modelo (Jean Baudrillard)”, às margens mesmas da produção e do alto consumo?
Em vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=09B72zdeHY4
Cândido Rolim
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
domingo, 29 de agosto de 2010
terça-feira, 17 de agosto de 2010
machado tuitando

Mínimo canal semiótico para as truncadas falas do ego entre lúdico e engajado num debate sem centro visível, o limite de 140 caracteres para a mensagem impõe uma contenção compulsória na informação, proporcionando também interessantes demolições no processo semântico – tiro à queima-roupa na falácia, um convite à conexão-reflexo.
Além disso, esse fluxo de atualizações instantâneas permite jogos, cortes aleatórios, interlocuções improváveis no tempo e no espaço, apropriações acobertadas pelo conforto do anonimato.
Imagino, por exemplo, num deslo(u)camento temporal, Machado de Assis tuitando com alguns seguidores, sem tempo e lugar preciso. Vocábulos e frases retiradas de crônicas de 1876 a 1878 que, em distorcido contexto, concedem à mensagem um atrito anacrônico, uma outra pulsação.
Cândido Rolim
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
hollywood, um take
entre recomendações fúteis e trejeitos submissos, a balbuciante mulher escorrega as mãos longas e alvas por trás dos músculos do herói em camiseta colada ao corpo, abstraído em uma gama de objetos votados a retroalimentar suas forças de homem que centraliza as ações.
é verdade que a tez confrangida dele denuncia uma retidão hipertrofiada de guardião de algum valor que suplanta todo o entorno – resíduos exaustos da supremacia, como se fosse insistentemente molestado por uma preocupação clássica, ecumênica, quem sabe um interesse repentino pelo mundo (liberdade, democracia, missões humanitárias, morte de um tirano, resgate do amigo da corporação...).
tudo invariavelmente seguido de um gesto em abandono: sorver uma caixa de leite, acender displicentemente um cigarro, servir um drinque, jogar a chave do carro sobre o cinzeiro ou atirar-se no sofá empunhando o controle remoto.
novamente é possível ouvir a voz da mulher, que retorna à cena. agora seu corpo, destaque para a intensa pintura das unhas e dos lábios – um relevo não desprezível da volúpia doméstica - cumpre a função de trazer o protagonista para o palco das boas intenções recompensadas, proporcionando, enfim, algo que ilustre ainda mais sua moral predominante e, de quebra, forneça um pouco de argila para compor o mito.
Cândido Rolim
segunda-feira, 5 de julho de 2010
hybris
quarta-feira, 9 de junho de 2010
dividendos morais de uma intervenção
sábado, 5 de junho de 2010
quinta-feira, 3 de junho de 2010
extrato de política estética
ainda que seja impróprio e insuficiente classificar uma arte de burguesa, revolucionária, conformista ou socialmente relevante, sob o ponto de vista de modelos derivados do esforço estético que mira tão somente o sublime, a produção de situações humanas ilustrativas do “profundo” e do “essencialmente natural”, o que se procura indagar: vazada nesses contornos, em algum momento essa estética questionaria sua inclinação a repetir-se?
Cândido Rolim
quinta-feira, 27 de maio de 2010
sábado, 22 de maio de 2010
discurso à margem
Embora nele imbricadas, as tradições culturais desprendem-se, aos poucos, do tecido social fundando uma irrelevância à margem do plano concreto das decisões e das celebrações historicamente avaliáveis.
Quando não flertam aqui acolá com algum fato ou circunstância humana (o cotidiano, por exemplo), cujo extrato simbólico lhe renda algum dividendo estético, estão ainda jogando com as ambigüidades próprias de um mundo à parte.
Mas, sejamos breve, isso não dispensa seus operadores de opinarem sobre quase tudo.
Cândido Rolim
crônica de um divórcio estético

“Venha surpreender-nos no ano próximo, com um novo drama, e o público fluminense lhe dará as palmas merecidas, como as dá sempre ao talento laborioso”.
Extraio, dessa recomendação de Machado de Assis um dado no mínimo curioso: a segurança com que o cronista atribui ao juízo coletivo a responsabilidade pelo julgamento de uma obra, mesmo se cogitando de um remoto jogo de ironia, bem comum ao narrador do Cosme Velho.
Transpondo a problemática para um cenário contemporâneo ou estendendo-a a esse “futuro utópico” em que “as tradições culturais terão cessado de influenciar as decisões políticas” (palavras de Richard Rorty) é válido indagar: quando se deu o recuo dessa margem confiável do público, visto aqui como testemunha de um malogro estético, como legitimado e competente observador dos produtos estéticos da época e cuja autoritas, pelo visto, coincidira em grande parte com a avaliação do crítico?
Ou melhor, a partir de quando essa avaliação, manifestada através da vaia, da indiferença ou do aplauso, passou a ser posta em dúvida e em nome de qual pressuposto estético indiscutível? Que fenômenos levaram a esse corte histórico, aparentemente irreversível, entre a fruição promíscua e sem critérios do público e a opinião de autores, críticos e scholars?
Cândido Rolim
segunda-feira, 10 de maio de 2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
entre textos

Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
Ele gostava de Maria
Maria aprontava. Bebia, dava escândalo, esbravejava, seguia outro rumo e não ligava para avisar onde estava.
Maria esquecia de buscar o filho na escola, não chegava em casa para o jantar, não estava na casa da mãe, não estava na casa de amigos, e não ligava pra avisar onde estava.
Maria tentava se matar, uma, duas, muitas vezes. E não ligava pra avisar onde estava.
Cada vez que ela não ligava, ele entrava
Ele gostava de Maria porque ela voltava e porque não pedia desculpa.
Na verdade, essa prática comparativa entre as duas lâminas, esse pesar de muitas medidas, visa a situar a linguagem de Bracher (Meu amor, Ed. 34) colocando-a em relação, isto é, relativizando-a em sentido forte. Assim, a elevada voltagem de ineditismo e de radicalismo presentes no texto de Manuel Bandeira (considerando que sua fatura é de meados da década de 1920, período em que o ideário estético modernista enfrentava resistência de lado a lado), pode ser invocada como uma forte matriz compositiva infiltrada no conto-poema da paulistana. Mas a condição de estilema, de paradigma, de insumo, que o poema de Bandeira cumpre nesse possível contraponto com a peça de Bracher, acaba por seqüestrar do jogo desta a novidade e a surpresa necessárias ao sucesso de forma-e-fundo do texto. Em outras palavras, “Ele gostava de Maria”, percorre uma estrada já pavimentada. Os acidentes de percurso foram devidamente mapeados e cadastrados. O serviço facilitado de que se beneficia, pode se voltar contra a sua narrativa no sentido em que nos faz reconhecer nesta um déficit de informação nova. Mas, a prosadora nos dá uma piscadela de olhos, e, cúmplices — num crédito remissivo ao nosso repertório —, lemos com um misto de simpatia e tolerância sua anedota rodriguiana que se sustenta numa dialética de plano e contra-plano com a “notícia tirada do jornal” do poeta.
por ronald augusto
segunda-feira, 12 de abril de 2010
signagem da água

Destaco uma narração leve do surfista Fábio Gouveia: “Outro dia estava pedalando após uma neblina e, ao passar por uma área de mato que havia sido queimada, junto com o aquecer do sol subiu aquele cheiro de surfe junto com o vento terral.
Mas, espera aí, cheiro do surfe ou de mato queimado? Coisas lembram coisas. Músicas, cheiros etc lembram coisas. E mato queimado com brisa me lembra Pontal de Baía Formosa e suas ondas em dias clássicos.”
Essa largada do surfista paraibano, dropando numa curiosa associação de idéias, me permite intuir que a onda, suporte líquido para a prancha espátula, suporta também uma escrita, um traço tão vertiginoso quanto passageiro. Longe de se submeterem comodamente ao fluir ruidoso e imenso do mar, surfistas como Gouveia, Tom Curren e Slatter talvez pretendam um traçado sem outra perspectiva que não o movimento em si - ríspido, às vezes indeciso: uma tauromaquia na espuma.
Pela inquietude irrepetível de suas linhas, impossível duvidar que a intenção de seus executores não seja escrever algo em crispação – um signo, um S (de Surfe?), nesse espaço em construção contínua. E, convenhamos, alí não há tempo para “escrever virtudes na água” nem condições metafísicas para algum falacioso “terror diante da pagina em branco”.
Desencanado, o surfista espera a oportunidade de uma boa onda – que pode não se realizar, ao mesmo tempo dando margem para que ela aconteça e permita sua ilusória adequação ao revolto. O lip mínimo da onda, beirando o abstrato, parece um convite a uma grafia em suspensão que faz a prancha rivalizar com seus limites líquidos, imprecisos.
Vejo também nessas manobras de plástica nomenclatura (floater, snap, lay back, drop, swell, tail slide...) mais que um mero catálogo de estratégias para domar o ímpeto do mar quase monolítico, a tentativa mesma de circunscrever na onda o risco, a grafia com as quilhas, não abdicando do peso ocasional do deck - a mão empunhando o impulso. E, arrisco, a hesitação diante da parede líquida, a indecisão quanto ao momento certo da rasgada e o da investida nesse abismo em fuga, concedem uma remota equivalência com certas propostas de extrair o máximo de euforia de um mínimo de duração.
Cândido Rolim
domingo, 4 de abril de 2010
sexta-feira, 2 de abril de 2010
ler jackson
gosto de ouvir essa leitura de Tom Gil a partir de um clássico de Jackson do Pandeiro. enquanto a percussão dá um estofo sutil para a composição, o “flanging” das cordas, através de distorções malemolentes, às vezes desleixadas, invade o plano bucólico com um eco ao mesmo tempo psicodélico e lacustre. vejo, na ponta desses dois gracejos à beira-rio, um diálogo velado com Manuel Bandeira quando invoca os sapos anti-parnasianos, associação quase inevitável, considerando os volteios onomatopaicos do caboclo Jackson em seus 10 pés. a ironia meio pop de Tom Gil, afetada já pelos insumos da contemporaneidade, atualiza ao mesmo tempo a moeda-discurso e o entrevero lacustre desses ecos ritmados, que parecem se repetir, sem freios e sem falsos pejos.
Cândido Rolim
A conferir:
http://www.youtube.com/watch?v=PxGZVLaneqY
http://www.youtube.com/watch?v=MpbMiyP_Zfc&NR=1
sábado, 20 de março de 2010
sábado, 13 de março de 2010
quinta-feira, 11 de março de 2010
Autoritas dos tipos



Sentindo-se confortável por auxiliar o sentido em sua magnífica suficiência, a linguagem verbal (incluindo aí seus intensos torneios metalingüísticos) há muito se outorga um lugar privilegiado na informação estética. Essa faculdade do discurso verbal, eleito por muitos como sítio único da compreensão, tende a tornar seus praticantes em cultores de outros dogmas: por exemplo, o de que a comunicação verbal e suas derivações semióticas abrangem e esgotam o espectro da experiência criativa.
Resulta que os emblemáticos percalços dessa trajetória (crise do verso, crise do poema, crise da arte...) decorrem de um balbucio em torno de uma desgastante performance “estilística”, quando as mensagens, prenhes de enfadonhas tibiezas humanitárias, rendem-se ao discurso de sua própria inutilidade ou à satisfação de se constituírem numa reserva canônica involuntária.
De qualquer forma, a manipulação dessas fontes reiteradas, decalcadas de discursos e arranjos que simulam uma problemática real, continua servindo a uma rotina de aperfeiçoamento de práticas “originais” ou, quando muito, aos esforços de ruptura ou de fidelidade a uma tradição que, virando o rosto às fontes alternativas de expressão, impõe sutilmente à experiência estética um distanciamento do fazer.
Cândido Rolim
sábado, 6 de março de 2010
quinta-feira, 4 de março de 2010
domingo, 28 de fevereiro de 2010
nébula

Os envolvidos diretamente com a poesia contemporânea são useiros em irrigar controvérsias inconciliáveis. A imagem pode soar um pouco simplista, mas em algumas circunstâncias as posições indicam tanto uma escolha pelo desprezo sem remissão quanto a ansiedade com que alguns a tomam como fato e identificam-se com ela.
ronald augusto
sábado, 27 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
acenos da tecnologia efêmera

espera-se que a vida mínima dos utensílios se preste a fulminar a idéia de propriedade como algo inflado de pertença. velhas concretudes devotas do conforto exibicionista, aptas não só a conceder distinção como a impor um brilho humilhante sobre o despossuído, talvez não decaiam ainda de sua pré-disposição para servirem a uma flácida expectativa (cada vez mais teatralizada). é possível que sua perda seja ainda capaz de desencadear alguma nostalgia. mas inibidos, a um só tempo, seu papel simbólico de poder e seu valor de uso, além de imprestáveis ao acúmulo, talvez essas coisas um dia se diluam durante sua própria amostragem.
Cândido Rolim
sábado, 20 de fevereiro de 2010
domingo, 7 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
vender o peixe
sábado, 2 de janeiro de 2010
verbivoco
Língua imperial mal passada
Escarnecer per parávoas encubertas
Refurtar por meias fintas analfabetas
Indiscretos abertos dígitos que
Tenham ajam dois
Ou mais dous (colhoneira) entendimentos
Para que velido vilagre
Pêra lhe (ho)lo nonão entendam
Ligeiramente entenderem se entendentes
De imediato para que não entesourem
Com lixeireza e vá que encareça
E desy aborreça sem çopegar cabeças
De prego sem cós em cozinha voodoo
Cristas que logo van eno prego
(ronald augusto)
