Os pragmáticos representantes do mundo empresarial e os obedientes servidores do estado ligados aos fatos da cultura, associados ou não na instalação e realização de prêmios, concursos, oficinas, entre outras atividades, talvez façam isso por sofrerem uma atração pelos sujeitos da “alta cultura” (escritores, artistas, pensadores, etc.). Pois o refinamento em que por acaso esbarram quando confinam com essas pessoas lhes promete aquilo de que são privados por serem incultos.
Dessa sensação de inferioridade experimentada por esses empreendedores e marqueteiros agora encravados na dinâmica cultural resulta talvez uma tradição que não contempla nas relações entre o artista e as figuras desse mecenato perverso (a movimentar-se em todas as direções) a possibilidade de que os últimos sejam vítimas de qualquer desvantagem ou prejuízo. Isto significa que todas as “desinteressadas” atuações na área (oriundas quer dos interesses públicos, quer dos interesses privados) servem mais aos próprios promotores do que a qualquer outro pobre diabo.
ronald augusto
Nenhum comentário:
Postar um comentário